Este ano lectivo a Faculdade de Direito da Universidade Católica pediu-me para leccionar dois cursos em inglês. Optei por recorrer à utilização do ‘método socrático’, na sua versão de ‘mooting competition’, com que contactei em diversas das universidades estrangeiras por que tenho passado.
Durante duas semanas, discutiram-se diariamente nas minhas aulas casos de Direito Internacional e Europeu do Ambiente. Inicialmente houve alguma resistência dos alunos porque o trabalho exigido era significativamente mais do que aquele a que estavam habituados. Mas no final do curso os resultados foram extremamente gratificantes. Aquelas pessoas, algumas das quais ainda no segundo ano da licenciatura, aprenderam efectivamente o que se propôs ensinar-lhes. Desenvolveram o espírito crítico, a capacidade de investigação e, acredito, descobriram que conseguem responder a desafios que inicialmente lhes pareciam inultrapassáveis. O entusiasmo, empenho e qualidade da sua prestação compensaram largamente os muitos dias em que o meu trabalho se resumiu à preparação daquelas aulas.
No final do curso participei num seminário sobre metodologia organizado pela mesma Faculdade e leccionado por um professor da Roger Williams University (EUA) onde o referido método foi recomendado. A receptividade dos presentes foi reduzida, como acredito que seria em qualquer outra universidade portuguesa, nalgumas delas talvez ainda mais do que na UCP. O principal argumento utilizado foi a exigência em termos de trabalho, tanto para os docentes como para os alunos, que tal abordagem implica. Por experiência própria concordo. A exigência é muito superior à do método expositivo tradicional e a carga horária nas universidades portuguesas é significativamente superior àquela que existe nas universidades norte americanas, por exemplo.
Deixo à reflexão o seguinte. Num mundo em mudança acelerada e constante, uma instituição que tem por função ensinar a aprender, como é a universidade, deve apelar à memória e à passividade ou à capacidade de buscar e tratar a informação necessária à resolução dos problemas?
Durante duas semanas, discutiram-se diariamente nas minhas aulas casos de Direito Internacional e Europeu do Ambiente. Inicialmente houve alguma resistência dos alunos porque o trabalho exigido era significativamente mais do que aquele a que estavam habituados. Mas no final do curso os resultados foram extremamente gratificantes. Aquelas pessoas, algumas das quais ainda no segundo ano da licenciatura, aprenderam efectivamente o que se propôs ensinar-lhes. Desenvolveram o espírito crítico, a capacidade de investigação e, acredito, descobriram que conseguem responder a desafios que inicialmente lhes pareciam inultrapassáveis. O entusiasmo, empenho e qualidade da sua prestação compensaram largamente os muitos dias em que o meu trabalho se resumiu à preparação daquelas aulas.
No final do curso participei num seminário sobre metodologia organizado pela mesma Faculdade e leccionado por um professor da Roger Williams University (EUA) onde o referido método foi recomendado. A receptividade dos presentes foi reduzida, como acredito que seria em qualquer outra universidade portuguesa, nalgumas delas talvez ainda mais do que na UCP. O principal argumento utilizado foi a exigência em termos de trabalho, tanto para os docentes como para os alunos, que tal abordagem implica. Por experiência própria concordo. A exigência é muito superior à do método expositivo tradicional e a carga horária nas universidades portuguesas é significativamente superior àquela que existe nas universidades norte americanas, por exemplo.
Deixo à reflexão o seguinte. Num mundo em mudança acelerada e constante, uma instituição que tem por função ensinar a aprender, como é a universidade, deve apelar à memória e à passividade ou à capacidade de buscar e tratar a informação necessária à resolução dos problemas?
1 comentário:
Para ser sincero, acho que o metodo socratico e um mau metodo pedagogico. E um metodo que so funciona bem com um professor com um carisma e uma vocacao pedagogica excepcional (talvez a Claudia). Nos Estados Unidos -- mais propriamente em Harvard, onde se tornou famoso -- esta em franca crise. Ha excepcoes: Elizabeth Warren, por exemplo, pratica o metodo socratico com mestria.
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